Louco, Demasiado Louco
Fleuma.
Um grande estágio de reação, mais que um temperamento é uma grande ausência das outras qualidades ( calor e ausência de umidade) na teoria humoral de Hipócrates ( considerado o pai da medicina). Mais do que isso, eu penso que é uma representação de um modo de ser, muito inconsciente por vezes. É um modo tal qual Álvaro de Campos se expressa em toda sua poesia, é um caráter tão existencial que se torna arte a própria vida.
''Nada me prende a nada. Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo. Anseio com uma angústia de fome de carne O que não sei que seja - Definidamente pelo indefinido... Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto...''
Sofro, mas não me divido, não me protejo, não me desejo, não me corrijo, não faço nada, deixo que fique e que passe, como uma grande tempestade ou uma pequena elevação na maré. Que não se importa nem se faz estar por necessidade, apenas por causalidade. Gostaria de ser mais como uma tempestade e não ter consciência.
Se nada fosse, ainda sim eu seria. Se tudo fosse, ainda não me bastaria. Como não me basta a vida, nem o gostaria. Que tudo se torne apenas poesia, daquelas baratas, de buteco, sem rimas especiais, sem sonetos rebuscados, sem a excepcionalidade de um vasto léxico, vocabulário da terra, sujo, doido, metafísico, sentimental.
Poderia pedir para sofrer, com a frequência mensal, para assim divulgar um pouco do que eu escrevo ( e muito escrevo) mas não publico.
Ainda vou escrever um livro.
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